sexta-feira, 10 de junho de 2011

Tóquio



       1.  História Morfológica

Não há como falar da história morfológica da cidade de Tóquio, antes de situá-la em seu país, Japão. Ele está geograficamente em um lugar perigoso, no encontro de 4 placas tectônicas, sendo uma área instável propensa a terremotos e tsunamis. Porém os japoneses aprenderam a conviver com estes eventos naturais, adaptando suas construções e seu modo de viver.

A cidade de Tóquio é a capital de 47 províncias japonesas e literalmente quer dizer “capital do leste” atualmente com aproximadamente 12.790.000 habitantes (cerca de 10% da população do país) é a área urbana mais populosa do mundo. Ela tornou capital do Japão em 1868 e desde então sofreu grandes destruições, como por exemplo o grande terremoto de 1923 e em 1944 e 1945, ao ser bombardeada por americanos e ver grande parte da sua cidade destruída.
                                                (Tóquio após ser bombardeada em 1945)

                                                                        (Tóquio 1923)


A cidade foi inicialmente ocupada com a construção do Castelo de Edo em 1457 e basicamente ocupada nos arredores do castelo. Ao longo dos anos a ocupação foi em sentido leste – oeste.
                     Território existente antes da edificação do Castelo de Edo (1450) 

(Início do povoamento em Edo)



Mapa de Edo (1480)

Cercada pelo Oceano Pacífico e por uma cadeia de montanhas, o vulcão mais famoso é o monte Fuji, inativo desde 1707 é o ponto mais alto do Japão com 3776 metros.
Sendo assim a cidade cresceu para cima. Isto é, por falta de espaço horizontal para ser ocupado, devido à grande quantidade de área montanhosa e grande densidade da população, os japoneses aprimoraram sua capacidade de construir e criaram inúmeros arranha-céus.



2.       Tramas e Mobilidades

2.1   Tramas

As cidades japonesas têm poucas linhas retas, praças e monumentos, e parecem seguir uma lógica de node-and-district. Com exceção de Nara, Quioto e Saporo - as quais adotaram o sistema cartesiano no desenho de suas ruas -, as cidades japonesas são essencialmente orgânicas e constantemente consideradas ilegíveis por visitantes ocidentais. Tóquio, a despeito de sua importância no cenário mundial, parece uma colcha de retalhos envolvidos por ruas tortuosas, nada similar a outras metrópoles contemporâneas.

Aos olhos dos americanos, por exemplo, acostumados a traçados tipo tabuleiro de xadrez, como o de Manhattan, o desenho de Tóquio parece pouco lógico e funcional. Já para os japoneses é a linha reta que surge como o elemento estrangeiro.

Segundo o arquiteto Ashihara, a imagem caótica e ilegível que os visitantes têm de Tóquio deve-se provavelmente ao fato de a percepção linear ocidental ser imprecisa para a leitura do espaço japonês. Contudo, o simples hábito de tirar os sapatos ser a primeira coisa que o japonês faz ao chegar em casa revela a primazia do território sobre a linha na percepção espacial japonesa, definindo o espaço da casa tradicional e talvez nos esclarecendo algo mais sobre a resistência ao traçado linear no Japão.
(Mapa turístico de Tóquio)

Tóquio cumpre hoje funções de capital internacional. No entanto, em sua manifestação física não se revelam majestosos bulevares nem impactantes perfis de altas edificações, e mesmo assim esta enorme concentração de edificações contemporâneas de alta qualidade técnico-construtiva e escassa elaboração formal e espacial (fora algumas exceções), produz um ambiente extremamente cativante, onde os edifícios históricos não têm papel relevante na significação urbana.

A cidade constitui um arquipélago de enclaves diversos e por este motivo se assemelha a um patchwork, isto é, uma forma de organização onde não existem hierarquias nem relações de harmonia entre os elementos contíguos. O patchwork se caracteriza pela impossibilidade de uma totalização, o que não quer dizer que não contenha uma ordem.

No entanto, a dramática fragmentação do tecido urbano não é casual, obedece a uma estrita lógica relativa ao extraordinário incremento do valor do solo e dos fortíssimos impostos sobre os terrenos sem construir, o que provoca a falta de uniformidade dentro do quarteirão e do bairro. O tamanho, a disposição, a tipologia e a morfologia variam enormemente de uma edificação a outra, produzindo uma extrema diferenciação em cada ponto da superfície urbana.
Tóquio via satélite (Google Maps 2011)

Desta forma, chega-se a configurar um novo padrão: o de uma "desordem ordenada", uma ordem complexa que não se revela ao simples olhar; campo de produção de uma heterogeneidade radical. Esta heterogeneidade e liberdade "compositiva" implicam inclusive uma independência a respeito do valor, relacionada à função de imagem que o objeto arquitetônico adquire. O território urbano torna-se o próprio local de produção e satisfação desses desejos e a arquitetura entra nesse processo como meio de comunicação no qual a imagem serve à renovação do circuito do consumo por meio da produção do novo. Os novos comportamentos demandam espaços capazes de se renovar em função dos conteúdos, promovendo uma "arquitetura efêmera".

Simone Loures Gonçalves Neiva e Roberto Righi explicam no artigo “A cultura e o espaço urbano no Japão” que as cidades Japonesas sempre possuem um vazio no meio da cidade. Os vazios e intervalos no Japão são de valor simbólico/religioso, não econômico/funcional. Mesmo em Tóquio com seu altíssimo preço do solo, uma área enorme não construída permanece no centro da cidade. Como no campo, a cidade Japonesa é fragmentada e dispersa, sem concentração de atividades no centro.
Para se compreender corretamente o que é a cidade japonesa são necessários conceitos pouco difundidos e estranhos ao ocidente. É por esta razão, que o visitante ocidental ao observar cidades como Tokyo tem dificuldade para compreendê-la, resultado do desconhecimento dos princípios que regem a composição deste espaço.

A linha reta compreendida como uma abstração presente na idéia espacial ocidental é utilizada pelo arquiteto ao iniciar o traçado de suas cidades. Para os japoneses a linha curva é entendida como uma variação da linha reta e não uma forma distinta. No Japão houve por volta do ano 700 uma tentativa de implantação direta da ortogonalidade, por influência Chinesa, nas cidades de Nara e Kyoto. Porém, os elementos norteadores de sua composição quadriculada são pautados em considerações religiosas e não as meramente racionais definidoras do traçado em grelha ocidental, originário da tradição greco-romana. Além disto, dada sua estranheza para a cultura japonesa este traçado não teve um impacto duradouro sobre a urbanização de outras cidades japonesas, como afirma Sorensen. Mesmo as tentativas ulteriores de implantação de um sistema mais ocidental não tiveram sucesso, segundo Funahashi.

Para a falta de legibilidade das cidades japonesas para o ocidental deve ser atribuída ao valor diverso atribuído à linha e ao território nas duas culturas. Diversos autores destacaram este caráter espacial das cidades japonesas Ashihara, Barthes, Berque, Rapoport, Rodofsky. No oriente é dominante o plano e a interação entre exterior e interior. O resultado deste processo é um sistema não linear e complexo, agravado pela sinuosidade das ruas japonesas, que não possuem nem independência, nem individualidade.
Tóquio à noite via satélite (Google Maps 2011)



Trama Urbana de Tóquio (Instituto de Geografia de Tóquio)


Região Metropolitana de Tóqui (Instituto de Geografia de Tóquio)

Mapa Turístico de Tóquio

A construção do espaço urbano japonês possui grande relação com o meio rural. Na realidade eles constituem um contínuo físico e conceitual. Assim, os conceitos espaciais presentes nas áreas urbanas são também aplicados no campo e vice versa.

Em primeiro lugar o campo é formado por sítios ou lotes e não campos extensivos ou latifúndios. São pequenas áreas que, a despeito do tamanho, possuem claras divisões entre si. Tais delimitações são estruturas sólidas em que, sobre ou ao lado das quais, é possível andar, como um dique, uma parede ou uma cerca. Na maioria dos casos, a divisão produz lotes de todos os formatos, com curvas e contornos irregulares, ainda que em terra plana os lotes tendam a ser mais lineares. Nos campos onde o arroz não é dominante existem variedades de cultivos como vegetais, frutas, chá ou flores. Independente da plantação sempre existe limites entre as áreas que servem para reforçar a noção de mosaico.

Hoje em dia, apesar da racionalização das áreas de plantio, a fragmentação continua na prática japonesa de divisão espacial. Apesar de aparentarem uma divisão contemporânea, ou seja, um parcelamento feito por novos cultivadores, na verdade a terra estava fragmentada desde o início, representando agregação de pedaços. A fazenda local é a antítese da linearidade e guarda em sua fragmentação a herança espacial japonesa.

Foi neste tipo de solo fragmentado que surgiram as cidades japonesas. O processo de transformação urbana mantém as características do solo rural fragmentado. Onde antes estavam frutas e vegetais agora estão randomicamente distribuídos hospitais, postos de gasolina, escolas e casas, formando uma paisagem muito diferente da organizada pela divisão de uso de solo por função, adotada no ocidente. As atividades não são agrupadas, mas sim espalhadas. Assim, a autonomia de cada área se mantém.

Além disto, nas cidades japonesas existem poucas áreas planas. Muros de retenção e encostas construídas separam áreas ocupadas e estradas. Cada lote estende sua área, elevado, ou recortado na extremidade de seu limite. Raramente um edifício é inserido num lote não plano. Ele é aplainado. A paisagem se transforma num mosaico irregular, de pequenas áreas planas. Os morros que guardam seu relevo natural assentam ruas estreitas que ligam áreas independentes.

Assim, a linearidade do traçado ocidental é limpa e direta: não escondendo, não criando camadas, não envolvendo. Ela é, de certo modo, o avesso da profundidade necessária à criação do espaço japonês. A adoção do traçado linear sobre a milenar malha urbana das cidades japonesas exigiria a clareza de cada elemento urbano, descortinando edifícios e fachadas, ainda que tornasse as cidades mais “legíveis” para o ocidental, significaria a imposição de um sistema estranho à mentalidade espacial japonesa.

Ainda hoje a implantação de um modelo ocidental linear é rejeitada pela maior parte dos japoneses. O traçado de Tokyo constitui-se em um novelo gigante, que respeita as relações dos conceitos espaciais: ku, oku e ma, que serão explicados mais tarde no tópico Densidades e Escalas. Assim, a relação com o invisível na criação de seus artefatos, cunhada pela tradicional cultura japonesa, subsiste na contemporaneidade.

Durante muito tempo, a boa relação com a influência do céu, que decidia a boa ou a má sorte, foi mais importante na construção dos espaços japoneses do que o conforto ambiental, os padrões estéticos ou geométricos. Esta relação persiste ainda hoje. Mesmo em cidades altamente tecnológicas como Tokyo, antes do início da construção da maioria dos edifícios atuais são observados rituais xintoístas. Antes de iniciar a edificação o território é delimitado pelos sacerdotes com o auxílio das mesmas cordas adornadas com a shimenawa, as guirlandas de corda e papelque marcaram a santidade das árvores e pedras no passado. Neste espaço sagrado os deuses são invocados e a purificação do terreno vazio é conduzida.
Fotografia Panorâmica de Tóquio


                                                 Fotografia Panorâmica de Tóquio

Trânsito em Tóquio


No período feudal, o arranjo espacial chinês deixou de ser adotado e a aversão dos japoneses por espaços ortogonais tornou-se evidente. Nesta época, superadas as influências geométricas ortogonais, a arquitetura japonesa se tornou complexa, seguindo suas tendências naturais ao movimento. Entre os espaços arquitetônicos mais significativos do período está o Palácio Hommaru(1640) em Tokyo, antiga Edo. Seu arranjo espacial é absolutamente irregular, não sendo possível encontrar-se um eixo ou centro.

Os edifícios assim organizados contrastam com os alinhados. Ao se caminhar por estes espaços uma nova cena é descoberta a cada curva. O espaço nunca é revelado em sua extensão de uma só vez, mas mostra-se pouco a pouco no tempo. Nos espaços desta natureza os elementos são conectados como elos de uma corrente. A intenção aqui é criar um espaço cheio de movimento e mudança. Não se importa com o desfecho espetacular, mas com a sucessão, resultante do caminhar.

É importante que se reconheça o estudo de novos conceitos, como forma de ampliar a percepção de seu próprio mundo. Esta justamente tem sido a postura dos japoneses durante séculos: aprender a cultura e a técnica de outros povos sem perderem suas próprias tradições no processo.
Subúrbio da cidade de Tóquio


Shinjuku - Tóquio


Centro da cidade de Tóquio


2.2   Mobilidades

Tóquio, como o centro da Região Metropolitana de Tóquio, é o maior eixo nacional e internacional de transportes ferroviário, terrestre, aéreo do Japão. Os transportes públicos dentro de Tóquio são dominados por uma extensa rede de limpa e eficiente, o que influencia os cidadãos a utilizarem o transporte público e deixarem os carros em casa já que é caríssimo estacionar no centro da cidade. Os trens são limpos, eficientes e, a não ser no caso de terremotos estão sempre precisamente no horário e até executivos de grandes empresas abrem mão do carro. Isso é possível porque os ônibus são ligados a satélites por GPS. A informação é transmitida para uma central e também para os pontos onde ele vai parar.

Segundo o último relatório anual do Governo Metropolitano de Tóquio, de 2006, o número de passageiros do sistema, que inclui ônibus, metrô, trens de superfície e bondes, chega a 43 milhões por dia - ele supera o da população total porque as pessoas fazem mais de uma viagem diariamente.

O investimento em transporte de massa foi a saída encontrada pelas autoridades para suportar o grande crescimento populacional de então. O sistema de transporte público de Tóquio é administrado por várias empresas diferentes.

Rodovia em Tóquio

Região Metropolitana de Tóquio

Transporte Intramunicipal

· Trem – São 7 estações: Akihabara, Ikebukuro, Shibuya, Shimbashi, Shinjuku, Tokyo e Ueno. A Linha Yamanote interliga essas estações entre si e com as estações de metrô.
Trem (Tóquio)



Malha ferroviária de Tóquio



· Trem Skyliner – Monotrilho que integra todo o perímetro urbano de Tóquio

                                                         Trem Skyliner (Tóquio)



· Bonde


                                          Bonde (Tóquio)




· Metrô - 15 linhas na região central administradas por duas empresas - Tokyo Metro e Toei Subway. São 283 estações e 292 quilômetros de linhas, cinco vezes a extensão do metrô de São Paulo. A Estação de Shinjuku é a estação de trem mais movimentada do mundo em volume de passageiros.



Metrô (Tóquio)

Malha Metroviária de Tóquio


· Carro - Preferencialmente em zonas rurais
· Ônibus (Toei) - Esse meio de transporte é especialmente indicado para as viagens curtas e para fazer a interligação com a rede de metrô.

Trecho da malha rodoviária (Tóquio)

Ônibus (Tóquio)

 
Uma excelente opção é adquirir o T-Card (ou o Passnet), que permite utilizar todo o sistema de transportes da cidade.

Transporte Intermunicipal
· Trem – São exatamente 102 linhas para as demais cidades do Japão. O país inteiro está interligado por uma ampla rede de trens. A Japan Railways opera a maioria das linhas ferroviárias, contando com um serviço extremamente eficiente.
· Ferry Boats - Apesar de ser muito importante, o porto de Tóquio está especializado exclusivamente no transporte de mercadorias. Em Ariake, na baía de Tóquio, você poderá encontrar o Porto de Ferrys de Tóquio, que lhe permitirá viajar a várias cidades japonesas por via marítima.
Ferry-Boat na Baía de Tóquio (Tóquio)


· Trem-Bala - No Japão, os trens-bala contam com uma limpeza impecável, são extremamente velozes, pontuais e percorrem o país inteiro.
Trem-Bala (Tóquio)


Malha do Trem-Bala (Tóquio)







· Avião - Tóquio é servida pelo Tokyo International Airport ou Aeroporto de Haneda, o terceiro aeroporto mais movimentado do mundo, e que atende principalmente a vôos domésticos. 




Transporte Internacional

· Avião – Aeroporto de Narita (KokusaiKukokodanShin – Tokyo)

Apenas como curiosidade, vale afirmar que em Tóquio, como no resto do Japão, encontrar um endereço pode ser impossível não só para os estrangeiros, mas para os japoneses também. Poucas ruas têm nomes. Os endereços funcionam da seguinte maneira: restringem-se localizar um edifício dentro de uma área de um quarteirão. Diferentemente do modo ocidental de escrever um endereço, no Japão eles são apresentados da seguinte maneira: de cima pra baixo, ou primeiro o nome da Cidade, seguido pelo bairro (ku), depois pelo distrito (chō ou machi) e, finalmente, pelo chōme, que seria o equivalente a uma área que equivale mais ou menos a dois ou três quarteirões. Um endereço fica assim: Chiyoda-ku, Nagatachō 2-10-3, Capitol Hotel, 3F, onde 3F é o andar no edifício.




3.       Densidades e Escalas

O Japão passou por profundas transformações em pouco mais de cem anos em suas estruturas socioeconômicas e culturais, saindo de um sistema feudal para um mundo moderno e industrial cheio de influências ocidentais.

Suas políticas habitacionais não fugiram às mudanças e foram desenvolvidas e solidificadas nos últimos quarenta anos, até 2006, gerando moradias e qualidade de vida para sua população. No entanto, no ano seguinte foi reconhecido que sua alta densidade populacional, o alto preço das terras e a queda no volume de negócio no mercado imobiliário geraram um novo desafio para o governo: reabilitar áreas degradadas para alocar o crescimento demográfico.

Para esses locais, estudam-se projetos que aloque a população em cidades subterrâneas ou nas chamadas super-torres, estruturas gigantescas capazes de suportarem uma pequena cidade. Nestes projetos, está ainda inserida a urbanização, voltada para o meio-ambiente e à integração do homem com a natureza, visando o resgate histórico de sua cultura, esquecida nas construções de massa para abrigar o largo crescimento populacional que acompanhou as modificações no cenário econômico nacional.

Usando de sua tecnologia, o país, preocupado também na área da saúde, se utiliza de exemplo em conferências no exterior que abordam o saneamento básico. Suas tecnologias aliadas aos recursos naturais deram ao Japão acesso à água potável e tratamento de esgoto em quase todo o território nacional.

Devido à rápida urbanização de suas grandes cidades, ocorreu a degradação ambiental que causou enchentes, aridez e piora da qualidade da água. Para atenuar os danos causados por esses problemas, foram implantadas medidas para melhorar os mecanismos de coordenação sobre o uso da água e prevenir a sua contaminação. Como resultado, o Japão obteve drásticas melhorias em seus recursos hídricos e de higiene e abastecimento de água estável em seu território. Cidades como Tóquio e Quioto foram as grandes beneficiadas dos projetos.
                                                         (Tóquio após radiação de 1945)

A Região Metropolitana de Tóquio engloba todas as cidades e prefeituras regentes em torno da capital do Japão, Tóquio. Com aproximadamente 37 milhões de habitantes. É isoladamente a mais populosa região metropolitana do mundo: uma Metrópole, três prefeituras (entre outros).

Em 1966, um plano diretor foi instituído em Tóquio, com o objetivo de minimizar vários de seus problemas. Sistemas de metrô e de trens foram expandidos, leis contra indústrias poluidoras foram instituídas e melhorou-se o sistema de saneamento básico. Muitos arranha-céus foram construídos neste período. Para tentar reduzir a superpopulação da região, o governo japonês incentivou a construção de novas cidades suburbanas, em torno de Tóquio.

Nos anos seguintes Tóquio cresceu em extensão; foram devolvidas ao Japão as ilhas Ogasawara em 1968 e a Base Aérea de Tachikawa em 1977. Durante a década de 1970 houve uma migração maciça do campo para a cidade, em especialem direção a Tóquio. Em 1978 inaugurou-se o Aeroporto Internacional de Narita, que prestou apoio para o Aeroporto Internacional de Tóquio, o qual serviria principalmente a vôos nacionais. A grande população em Tóquio (que se converteu na cidade mais povoada do mundo em 1965) derivou em uma bomba econômica que explodiu na década de 1990, mais precisamente dos anos de 1991 até o ano 2000, causando uma recessão durante toda essa década, chamada também a “A década perdida”.
Ginza (Tóquio)

A cidade conta com maior quantidade de edifícios modernos que Londres ou Nova Iorque. Também em Tóquio se têm executado projetos para ganhar terras ao mar. Aonde esta prática realiza-se desde vários séculos, na atualidade executa-se em grande escala; entre estas áreas sobressai Odaiba. Outros projetos urbanos recentes incluem o Jardim de Ebisu, a ilha Tennozu, o Shiodome, Roppongi Hills e Shinagawa.

Tóquio é o centro da maior região metropolitana do mundo, conhecida como Região Metropolitana de Tóquio-Yokohama. Esta região metropolitana inclui as províncias japonesas de Chiba, Kanagawa e Saitama. Cerca de um quarto de toda a população do Japão vive na região metropolitana de Tóquio. A população desta é de 37 milhões de habitantes e sua área urbanizada é de aproximadamente 5 200 km².

A imensa população de Tóquio cria uma altíssima demanda por residências. No passado, a maioria dos habitantes da província vivia em casas de um ou dois andares, feitas de madeira, cada uma com seu próprio jardim, quintal e capela religiosa. À medida que a população de Tóquio foi crescendo, tais casas foram demolidas, e no seu lugar, edifícios de apartamentos foram construídos. Atualmente, o tamanho médio das residências em Tóquio é de 63m².

De acordo com um ranking de 2007 feito pelo grupo imobiliário Knight Frank e do Citi Private Bank, subsidiária do Citigroup, Tóquio é a quinta cidade mais cara do mundo quanto ao preço dos imóveis residenciais de luxo: 17.600 euros por metro quadrado. Mesmo assim, a procura por residências continuou a ser mais alta do que a oferta, aumentando preços do terreno e do aluguel - especialmente dentro dos 23 distritos da província.

Como resultado, a partir da década de 1970, mais pessoas abandonaram a região dos 23 distritos, mudando-se para Tama (parte da província de Tóquio), ou mesmo para outras cidades vizinhas mais distantes. Em Tama, o governo provincial de Tóquio criou um projeto de residenciamento barato, para famílias de baixa renda. Porém, estas residências estão localizadas muito longe dos principais centros comerciais e industriais, e muitos destes trabalhadores de baixa renda são obrigados a usar o transporte público, e passam por vezes mais de quatro horas somente dentro de algum meio de transporte público.

Para se compreender o complexo sistema espacial imperante no Japão é necessário penetrar na cultura deste povo, considerando as relações entre o visível e o invisível. Nela os princípios que definem a espacialidade são os conceitos básicos: ku – vazio, oku – profundidade e ma – intervalo.
Ginza (Tóquio)


Centro da cidade (Tóquio)


Fotografia Panorâmica (Tóquio)


O Ku

Até o final do século XIX o conceito de espaço arquitetônico e urbano ocidental era desconhecido no Japão. Não havia na língua japonesa palavra que o denominasse. Apenas na era Meiji (1868-1912), quando as relações com o ocidente se intensificaram é que, unindo os ideogramas ku e kan, o conceito de espaço é introduzido como o termo kukan, que literalmente significa “lugar vazio”. Porém apesar de não expresso em palavras até a era moderna, os japoneses já possuíam um conceito de espaço na arte onde o vazio era dominante. Numa das mais antigas práticas religiosas japonesas, o xintoísmo, as pedras e árvores eram adornadas com a shimenawa, formada por cordas e guirlandas de papel, que definia ao seu redor um espaço vazio onde as pessoas não se aproximavam.

Porém foi na era medieval, que a idéia de vazio e do nada foi reforçada pelos ensinamentos budistas que passaram da religião para as artes. Em um trecho de Tsuzuregusa (1330), um clássico da literatura japonesa, o monge Kenko sugere a rejeição de tudo que é concreto: “Móveis demais num cômodo, budas demais em um templo, pedras e plantas demais num jardim; a pessoa que fala demais das coisas que tem feito – tudo é desprezível”. Atitude semelhante é definida em relação ao vazio e é apresentada pelas composições da pintura zen do medieval. Quando elas são comparadas às pinturas do período anterior, o Heian (784-1185), onde as superfícies eram completamente preenchidas com uma composição de pessoas e edifícios em perspectiva, fica claro que a pintura zen foi gradualmente cedendo lugar ao vazio, que passou a ocupar a maior parte da superfície sob a forma de montanhas e nuvens representadas à distância.

Desta forma no decorrer do tempo a idéia de vazio foi sendo fortemente arraigada à mentalidade japonesa, inclusive nas manifestações culturais, como a escrita. Sua presença na arte da caligrafia, o shodo, se deu através do kukaku ou “traço imaginário”, com seu movimento do pincel no ar, que une traço a traço e desaparece ao final. Esta dimensão oculta é absolutamente desconsiderada pela escrita ocidental, onde apenas tem relevância o traço que permanece visível após o lápis tocar o papel. Na escrita japonesa o domínio do kukaku é imprescindível na criação de um belo caráter na expressão escrita.

No urbanismo só foi na era moderna, após a destruição do castelo de Edo em 1657, que a afinidade cultural japonesa pelo vazio resultou na formação de um dos aspectos mais intrigantes da cidade de Tokyo. Após este evento o centro da cidade tornou-se vazio, criando uma conformação que difere fundamentalmente das metrópoles ocidentais.

O sociólogo Roland Barthes traduz esta diferença:
“O centro vazio de Tokyo fere o sentimento ocidental de cidade, onde é requisitado um centro aonde ir, retornar, um lugar com o qual se sonha, o lugar que se avança ou retarda em relação a ele. No ocidente, os centros são sempre cheios, neles estão condensados os valores da civilização ocidental: o mercado, a igreja, o poder, os bancos e as praças. Mas Tokyo oferece um paradoxo. A cidade vive indiferente a ele, ele está entre as folhas, escondido, não visível. O fluxo da cidade contorna ao seu redor, os muros, as ruas, os carros, as pessoas giram centrifugamente, perpetuamente ao redor do vazio central”).
Barthes refere-se ao Palácio Imperial em Tokyo como um “centro vazio", a estrutura urbana de Tokyo se caracteriza por ter o maior vazio em seu próprio centro. Assim, a despeito do crescimento da economia japonesa e do desenvolvimento urbano, o maior santuário do Japão mantém-se intocável . Segundo o arquiteto Atsushi Kitagawara, Roland Barthes detectou o que “nós japoneses sabíamos havia muito tempo: no Japão, o centro da cidade é um vazio”. Ainda hoje o espaço deixado pelo castelo trata-se, praticamente de uma floresta assentada sobre um plano. Para os japoneses o centro vazio de Tokyo existe sem que haja qualquer necessidade de um marco visual vertical que o represente, ao contrário do que ocorre na maior parte das metrópoles ocidentais.
Palácio Imperial (Tóquio)

No Japão, o vazio e a profundidade são qualidades desejáveis na criação das artes e dos lugares, enquanto no ocidente a materialidade é uma característica da composição espacial. O vazio deixado pelo castelo foi escondido pelas árvores e envolvido pela cidade tornando-o gradualmente cada vez mais oculto. Assim, Tokyo hoje, conscientemente ou inconscientemente, aplica um conceito que surgiu nos espaços japoneses antigos: o oku.

O Oku

O surgimento do oku ocorreu na era Yayoi (200 A.C. - 250 D.C.), com o desenvolvimento do cultivo do arroz e a mudança para as planícies. Neste período a vila abandonou a montanha que se tornou local sagrado.

Neste processo a montanha afastou-se do cotidiano, objeto de adoração para a religião xintoísta. Nela foram construídos santuários, os okumiya, que atendiam as necessidades da religião em formação. Os santuários estabeleciam a noção de um lugar que existia, mas não era visível, situado distante das pessoas comuns. Para Maki (23), os japoneses estabeleceram um padrão de organização espacial que contrasta com o padrão ocidental tradicional. No ocidente a formação da cidade é marcada pela igreja, cuja posição é marcante e central.

O oku é o avesso da centralidade ocidental, pois é oculto, encoberto e invisível. Ele cria o senso de profundidade utilizado pelos japoneses para suas cidades ao longo dos séculos. Nos mapas antigos de Tokyo coletados por Tokihiko Takatani verifica-se que os caminhos que vinham da periferia ao interior das quadras, dirigiam-se para onde antes estavam santuários, templos e residências de samurais. No decorrer do tempo as sobreposições dos componentes espaciais se inter-relacionaram com a topografia, rodovias, cercas, árvores e muros criando uma intrincada estrutura urbana. Este complexo emaranhado origina o tecido urbano do oku que nos remete a vegetação da montanha. As camadas que se formam no tempo envolvem, escondem, protegem, dão profundidade e criam mistério em torno do vazio. Desta forma o que antes envolvia os okumiya, hoje cerca inúmeros centros vazios das cidades japonesas.

A experiência de chegada aos centros das cidades ocidentais é exatamente o contrário do caso japonês, pois lá se caminha em direção à intimidade, ao oku, que não tem clímax. Nos espaços da cidade japonesa, ao aproximar-se do oku não há a busca do destaque urbanístico ocidental. Na composição do espaço urbano no Japão importa a criação de camadas, dobras e curvas que ocultam o oku. Assim, no Japão, não há a certeza de chegar a um endereço através da linha reta. A cultura urbana japonesa é a do centro vazio, oculto.

Para o arquiteto Atsushi Kitagawara a sensação que temos na cidade japonesa é que “[...] à sua volta, aparecem várias coisas e acontecimentos, mas ninguém sabe do centro”. Para um ocidental a chegada ao final de uma caminhada por um bairro pode ser frustrante, pois convergir ao oku significa chegar ao nada, atingir o zero, o vazio e novamente se perder.
Centro Urbano Shiodome




                                                       Arquitetura Conteporânea em Tóquio

O Ma

Como o ku, o ma é um conceito espacial que tem como característica a imaterialidade. Ele é mais subjetivo que objetivo. Seu significado é compreendido por suas manifestações visuais nas artes.

A partir do período medieval, para atingir a perfeição na pintura zen, ou a “harmonia do ma”, significava não somente ter habilidade com as formas pintadas, mas dominar a relação destas com o vazio circundante. Deste modo, se a relação geral entre os elementos fosse inadequada à essência do ma, esta certamente estaria perdida. Neste sentido o pintor Ike no Taiga (1723-1776) fez uma importante consideração ao vazio em sua pintura ao dizer que “[...] as áreas vazias são precisamente as mais difíceis de serem produzidas”.

Na arquitetura o ideograma ma está presente nas palavras usadas para o design como: ma-dori, que significa entender o ma, ou cha no ma. O cha no ma excede a sala de estar como espaço físico, envolvendo o ato de tomar o chá de forma relaxada. Tanto o ma-dori como o cha no ma evidenciam que a arquitetura era a arte de criar um ma particular, uma ambiência especial. A planta de arquitetura dos antigos mestres construtores japoneses não possuia nem fachadas nem cortes. O desenho era bidimensional. Os elementos importantes eram: coluna e viga, representados por pontos pretos, que simbolizavam todo o edifício.

Apenas observando estes pontos um bom mestre era capaz de visualizar o edifício acabado. De acordo com Itoh “a existência deste sistema trouxe a possibilidade de visualização mental de todas as partes acima do plano”. Tal capacidade de visualização permitia que o intervalo entre pontos, conhecido como ma, constituísse um tipo de espaço que, apesar de invisível, fosse considerado. Porém o ma não se resumia apenas aos elementos estruturais do espaço, mas também estava presente no arranjo para os usos temporários, característicos da cultura japonesa. O ma era criado pela adição e remoção de portas de correr, janelas portáteis e utensílios que proporcionavam a adaptação da casa às mudanças de estação, usos e necessidades sociais. De acordo com Kiyoshi Seikeo arquiteto ao planejar a casa tradicional criava o madori, ou seja, um sentido de lugar, algo invisível, porém perceptível.

No espaço dominado pelo plano horizontal o ma exigiu a criação de formatos artísticos bastante distintos dos ocidentais. Dentre eles destaca-se a emakimono, ou “rolo de pintura”, onde o tempo é sugerido pela reprodução de eventos sucessivos de uma mesma história. Na emakimono as cenas são independentes e não se constituem em um panorama contínuo, o que induz o observador a uma constante mudança de ponto de vista. A emakimono reproduz, no plano, algo similar ao modo como o japonês experimenta o espaço da cidade, “uma experiência a ser memorizada, feita de uma miríade de experiências menores”. Neste formato de pintura, somente a fusão das seqüências de imagens se constituem na experiência completa. Este processo de leitura espacial, denominado pelos japoneses de ma no torikata, permitecaptar o ma, porém exige do ocidental, habituado a leitura linear do espaço, um enorme esforço de imaginação. Abstração ainda maior da aplicada na observação no plano é requerida ao ocidental pelo ma na cidade tridimensional. Do mesmo modo que no plano, o ma no espaço urbano é composto por elementos aparentemente não relacionados entre si.

De forma similar a uma emakimono, a cidade japonesa apresenta sucessões de eventos e elementos dispersos, impossíveis de serem agrupados por uma mente cartesiana. Um primeiro contato com o ma é descrito pelo sociólogo Roland Barthes, em visita ao Japão:
“Você deve orientar-se...não por livros, ou por endereço, mas caminhando, pela visão, pelo hábito, pela experiência; aqui cada descoberta é intensa e frágil; ela pode ser repetida ou recordada apenas pela memória do rastro que foi deixado por ela em você”. Barthes sugere que, com o auxilio da memória e da repetição, cada um crie seu panorama particular. Deste modo as imagens efêmeras e fragmentadas podem orientá-lo. O ma no torikata é a chave para “ordenar” e compreender o espaço. O desconhecimento deste processo torna ao ocidental a cidade de Tokyo “ilegível”. Na realidade, a dificuldade ou inaptidão destes em compreender este lugar decorre do fato que é a imaginação, e não a linha reta, que ordena elementos no espaço.

Torre de Tóquio


Torre de Tóquio




4.       Lugares (ou não lugares)

4.1   Lugares

Um lugar é um espaço com certa “personalidade” ou “caráter”, e certo valor para a comunidade urbana. Obrigada a se reconstruir algumas vezes, Tóquio tem, sem dúvida alguma, cara de futuro, com seus arranha-céus e prédios que parecem saídos de filme de ficção científica. Mas a tradicional arquitetura japonesa resiste em alguns pontos da cidade, como nos templos xintoístas e budistas, ou no centro da capital onde está o Palácio Imperial que foi bombardeado na Segunda Guerra Mundial e reconstruído. A grande densidade demográfica também influi na formação de espaços definidos com identidade de um lugar.

Ao longo dos tempos, Tóquio sofreu destruições recostruções, mas os antigos centros comerciais como os de Ginza e Nihonbashi continuam prósperos. A importância política do Centro de Tóquio é visível nos bairros de Hibiya e Marunouchi, que abrigam ainda santuários muito diferentes. O que traz a tona a dualidade sempre presente entre o avanço e modernidade, ligada aos antigos costumes.

Ginza era uma oficina de cunhagem de prata que sofrera um incêndio em 1872 que destruiu tudo. Com a Restauração Meiji, foi reconstruída, se tornando o foco de influências ocidentais e de tudo que fosse moderno. Hoje lojas que vendem artesanato tradicional convivem com galerias, lojas de departamentos e o ultramoderno Salão de Amostras da Sony, um dos mais atraentes lugares para compras. Tem grande importância para todo ocenário econômico japonês, pode ser considerado o lugar de comércio e publicitário central de Tóquio. A influência ocidental está presente em toda sua estrutura. O comércio se integra de forma dualista, e para os japoneses, harmoniosa, já que lugares tradicionais e modernos convivem lado a lado.
Ginza (Tóquio)

Ginza (Tóquio)

Um lugar que prova que apesar dos avanços de Tóquio ainda são valorizadas construções tradicionais e que fazem parte da história japonesa é o Palácio Imperial. Ele teve sua construção iniciada em 1590, e ao longo dos anos foi transformado no maior castelo do mundo. O imperador e sua família ainda vivem no castelo, que foi reconstruído após o bombardeio da Segunda Guerra.  O acesso do público é permitido duas vezes por ano: No Ano Novo e no aniversário do Imperador. O Palácio Imperial traz ainda a discursão sobre a estrutura urbana de Tóquio caracterizar-se por ter o seu maior vazio no seu próprio centro (veja em discussão Não Lugar).

Palácio Imperial (Tóquio)

Chidorigafushi tornou-se um lugar de visitação intensa de japoneses e turistas, principalmente no início de Abril, quando acontece o esperado florescer das cerejeiras. O jardim passou a ser conhecido por turistas principalmente pela beleza e tranquilidade do local que reúne pessoas de todas as idades.

Chidorigafushi (Tóquio)


Chidorigafushi (Tóquio)



A religião é algo sempre presente entre os japoneses. Em Tóquio a grande maioria é budista. A variedade de Templos é grande, mas o Templo Senso-ji é o mais sagrado e espetacular da cidade.  Dedicado à deusa budista da misericórdia, Kannon, o templo tem popularidade imensa, atraindo todos os dias milhares de devotos.
Templo Senso-Ji (Tóquio)


                                                             Templo Senso-Ji (Tóquio)


O vazio central de Tóquio criado após a destruição do castelo de Edo em 1657para nós ocidentais poderia ser considerado um não lugar, já que para esses padrões todos os lugares vazios devem ser utilizados com utilidade, mas para os padrões orientais ele é um lugar, já que a cidade necessita desses espaços vazios. Para eles o espaço vazio é considerado uma parte da própria cidade. Para os japoneses, o centro vazio de Tóquio existe sem que haja qualquer necessidade de um marco visual vertical a representá-lo, ao contrário do que ocorre na maior parte das metrópoles ocidentais.

Fotografia Panorâmica do "Vazio" no centro de Tóquio





4.2   Não Lugares

Em certas situações, enquanto ainda inexiste ou há perda de identidade de um espaço/elemento urbano com potencialidade para ser um lugar, temos um “não lugar”.
Roppongi (六本木) é um distrito do bairro de Minato, conhecido pelo número de casas noturnas, bordéis, e bares. É a zona com pior fama na Tóquio Central, conhecida por ser um lugar de ponto de encontro de usuários de drogas, além de ser um dos pontos centrais da Yakusa, que são tradicionais organizações de crime organizado existentes no Japão.
Os Japoneses em geral tem receio de frequentar Roppongi. Normalmente os frequentadores em sua grande maioria são estrangeiros em busca de turismo sexual, ou curiosos por conhecer a “noite proibida” de Tóquio.
oppongi tem má fama junto dos Japoneses, apesar de por lá se encontrarem duas magníficas "cidades na cidade" (locais onde se concilia o comércio com a restauração, galerias de arte, parques, etc), Roppongi Hills e Tokyo Midtown.
Imagens de Roppongi (Tóquio)


Imagens de Roppongi (Tóquio)


Imagens de Roppongi (Tóquio)




Bibliografia
http://taste.uol.com.br/news/templates/noticiaeptv.asp?t=3&idNoticia=9562&secao=arquitettura
www.cronologiadourbanismo.ufba.br
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/02.020/1466
http://www.citydiscovery.com/po/ID3775/caminhada_pela_moderna_arquitetura_do_bairro_Roppongi_em_Toquio
http://notesfromtokyo.com/category/arquitetura/
http://blog.ciffoni.com.br/2007/04/05/arquitetura-em-toquio-shinjuku/
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=471453
http://www.jardinaria.com.br/site/2011/01/arquitetura-em-toquio/
http://oglobo.globo.com/viagem/mat/2009/10/04/toquio-tradicional-arquitetura-tipica-resiste-em-templos-xintoistas-budistas-767907358.asp
http://www.iab.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=231:congresso-de-toquio-segue-em-pe&catid=5:noticias&Itemid=5w.
http://dreamguides.edreams.pt/taxonomy/term/851
http://comunidade.orzare.com/index.php/2010022432941/Not%C3%ADcias/Arquitectura-e-Urbanismo/arquitetura-toquio-a-cidade-onde-o-futuro-ja-chegou.html






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